Texto Bíblico: II Coríntios 4:7-12, 16-18
V.7 – “Agora nós mesmos somos como vasos frágeis de barro que contêm esse grande tesouro. Assim, fica evidente que esse grande poder vem de Deus, e não de nós.”
O barro fala de algo sem muito valor, enquanto o tesouro fala de algo precioso e, com certeza, ninguém guardaria algo de valor em alto tão insignificante, mas Deus nos escolheu, com toda a nossa humanidade e fraquezas, para carregarmos o seu poder.
A palavra poder no grego, vem da palavra dunamis (ou dynamis), e não é apenas uma ideia, filosofia ou teoria de poder, mas é o poder em movimento, que gera uma ação. É este poder que temos em nós, o poder operante de Deus para realizarmos ações.
Deus não muda a natureza do vaso para que ele carregue esse poder, é o conteúdo que valoriza o vaso e não o contrário, continuamos sendo barro, porém Ele nos molda como o oleiro molda o barro para que ele possa ser útil para aquilo a qual foi criado.
E é somente através de um relacionamento com o Espírito Santo que recebemos esse poder: “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês…” Atos 1:8
Nosso cristianismo precisa resultar em ações, no poder em movimento do Espírito Santo: “Pois o reino de Deus não consiste apenas em palavras, mas em poder.” I Coríntios 4:20
V.8-9 – “De todos os lados somos pressionados por aflições, mas não esmagados. Ficamos perplexos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não abandonados. Somos derrubados, mas não destruídos.”
Jesus veio nos dar vida em abundância, mas isso não é garantia de uma vida sem nenhum tipo de problema, Ele mesmo diz em João 16:23: “…no mundo vocês terão aflições…”. Mas, as provações na vida do cristão são para formar em nós o caráter de Cristo. Davi também diz: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” Salmos 34:19
Não deixamos de ser barro, mas de tempos em tempos Deus nos chama a casa do oleiro para nos moldar, e Ele amassa e talha esse barro para que ele se torne um vaso perfeito, removendo qualquer material extra que possa rachá-lo quando for colocado no fogo.
V.10-11 – “Pelo sofrimento, nosso corpo continua a participar da morte de Jesus, para que a vida de Jesus também se manifeste em nosso corpo. Sim, vivemos sob constante perigo de morte, porque servimos a Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo mortal.”
Nossas aflições precisam gerar vida e manifestar Cristo em nós, elas servem para nos moldar, nos aperfeiçoar, nos ensinar, nos fortalecer, nos encher de fé. E principalmente, para manifestar o poder de Deus, para que outros vejam Cristo em nós.
V.12 – “Assim, enfrentamos a morte, mas isso resulta em vida para vocês.”
Essa morte não é literal, mas é a morte da nossa carne, vontades e conforto. É necessário morrermos para que outros vivam, a semente que não morre não germina e gera frutos. Aquele que não morre é incapaz de gerar vida: “…se o grão de trigo não for plantado na terra e não morrer, ficará só. Sua morte, porém, produzirá muitos novos grãos.” João 12:24
Vivemos uma geração tão perdida, porque existe hoje uma Igreja se recusa a morrer por ela, que enche cultos de campanhas por prosperidade, cura e libertação, mas que despreza orações e vigílias em clamor pelas vidas, que despreza ações de evangelismo.
Somos uma Igreja que não vive o evangelho do Reino, mas sim evangelhos mentirosos e distorcidos, que buscam satisfação própria, que massageie a nossa alma, que fale aquilo que queremos ouvir e não o que precisamos ouvir: “…pregue a palavra. Esteja preparado, quer a ocasião seja favorável, quer não. Corrija, repreenda e encoraje com paciência e bom ensino. Pois virá o tempo em que as pessoas já não escutarão o ensino verdadeiro. Seguirão os próprios desejos e buscarão mestres que lhes digam apenas aquilo que agrada seus ouvidos. Rejeitarão a verdade e correrão atrás de mitos.” 2 Timóteo 4:2-4
Nossa visão, como Igreja, é “gerar vidas através do amor”, mas talvez isso caia como cobrança de ter que ganhar pessoas, mas não é só isso, fomos chamados para gerar VIDA através do AMOR de Cristo. Jesus é a vida e o amor, o que precisamos fazer é simplesmente carregar e expressar em nossas atitudes esse amor e essa vida que há em nós.
Nós somos a resposta que o mundo precisa, o mundo precisa ver Cristo em nós, Ele é a esperança da Glória (Colossenses 1:27). Assim como os Moravianos, precisamos ser a resposta daquilo que oramos, daquilo que nos deixa indignado.
V.16-18 – “Por isso, nunca desistimos. Ainda que nosso exterior esteja morrendo, nosso interior está sendo renovado a cada dia. Pois estas aflições pequenas e momentâneas que agora enfrentamos produzem para nós uma glória que pesa mais que todas as angústias e durará para sempre. Portanto, não olhamos para aquilo que agora podemos ver; em vez disso, fixamos o olhar naquilo que não se pode ver. Pois as coisas que agora vemos logo passarão, mas as que não podemos ver durarão para sempre.”
As nossas aflições servem para nos fortalecer e não para nos destruir, não importa o que estejamos passando exteriormente, nosso espírito precisa estar forte.
Quem vive de olho nos tesouros deste mundo receberá somente aquilo que este mundo é capaz de dar. Mas quem viver com os olhos fixos no tesouro eterno, este receberá aquilo que a eternidade tem pra dar. Nós nos recusamos a negar-nos nessa vida, a entregar o controle a Jesus, porque estamos pensando demais nessa vida. Desperdiçamos nossa vida com coisas que são passageiras e não nos preocupamos com aquilo que é eterno.
Conclusão:
Precisamos entender que aquilo que produzimos hoje ecoa na eternidade, se o nosso sofrimento não tem manifestado Cristo em nós, não tem gerado vida em nós e nos outros e não tem gerado frutos para a eternidade, temos sofrido em vão.
Deus abençoe, Pra. Nívia Augusto.