Texto Bíblico: Lucas 15.11-24

“O Filho Pródigo” é uma das parábolas mais contadas e recontadas da Bíblia, ela conta a estória de um homem que tinha dois filhos. O filho mais novo resolve pedir ao pai sua parte da herança e vai para uma terra distante viver sua vida como achava que deveria viver. Nessa terra distante ele vai gastando cada centavo do seu dinheiro com seus prazeres, até que todo o seu dinheiro acaba e ele vira quase um mendigo. No momento mais crítico ele sente atração até pela lavagem que era dada aos porcos, tamanha era a fome que sentia. Ele, então, se lembra da casa do pai e resolve voltar arrependido. É recebido com muita festa pelo pai e rejeitado pelo seu irmão mais velho. Essa estória é a estória de todos nós: o pai aqui é Deus, Deus que nos fez, que nos criou, que nos formou com muito amor. E o filho que foi para uma região distante? Ah, esse somos nós. O filho que partiu, deixando a sua casa, o seu pai, representa cada pessoa, cada ser humano, cada um de nós!

Como assim, cada um de nós? Deixa-me explicar: no começo, eram Deus, Adão e Eva, uma família unida e feliz. Adão e Eva viviam felizes no Jardim do Éden, e o próprio Deus, todas as tardes, passeava com eles. Até que o diabo, inimigo de Deus, travestido de serpente, tentou a Eva e depois, tentou a Adão, para que eles desobedecessem a Deus. Eles desobedeceram (essa desobediência chama-se pecado) e ao pecar, homem e mulher viraram as costas para Deus. E se você pergunta: bem, o que nós temos com isso? O que nós temos a ver com o pecado de Adão e de Eva, se foram eles que pecaram? Sabe, Adão e Eva foram o primeiro homem e a primeira mulher da raça humana, então, havendo eles pecado, todos quantos vieram a existir depois deles, nasceram pecadores como eles haviam se tornado. Depois do pecado de Adão, todos tornaram-se pecadores, essa foi a herança que nos deixaram! Romanos 3.23 diz que: “…todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Houve um desencontro. Como o filho da parábola, contada por Jesus, que foi para um lugar distante, assim, o homem também foi para longe de Deus.

Mas, Jesus conta que o filho voltou para o seu pai, e que nessa volta, ele foi restaurado: as roupas imundas, que cheiravam a porco, foram trocadas pelas melhores roupas da casa, um anel de príncipe lhe foi colocado no dedo, até sandálias, que representam proteção espiritual, o filho que voltou, recebeu, por ordem do pai! Isto revela que quando um pecador se arrepende, Deus recebe a ele de volta e lhe restaura à posição de filho. Quantas vezes somos riscados do caderno das pessoas, porque cometemos um erro, uma falha, um desagrado. Mas, mesmo pedindo perdão, essas pessoas dizem pra nós: “Não adianta. Acabou. Eu não quero mais nada com você. Eu não te conheço”. É bem mais fácil alguém apontar os erros que existem em mim. Para cada erro há um tribunal, ainda bem que dentro de mim tenho a Presença do Espírito Santo. Mas Glória a Deus, porque a mensagem do evangelho diz que Deus não nos ignora. Deus não nos rejeita, mesmo havendo pecado, Deus não riscou nosso nome do Seu caderno! O que Deus mais deseja é que nós voltemos para Ele e isso é maravilhoso!

O propósito de uma parábola é nos apresentar e ensinar uma grande verdade. E a grande verdade aqui, é que se nos arrependermos do nosso pecado, então podemos voltar para Deus, porque Ele espera nos receber de volta e nos restaurar à condição de filhos! Então, vamos aprender com essa parábola, o que precisamos fazer para voltarmos para Deus.

1. TEMOS QUE TER CONSCIÊNCIA DE QUE NÃO PODEMOS VIVER LONGE DE DEUS – Veja o que lemos no v.17 aqui de Lucas: “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!”. Aquele jovem, “caiu em si”. Ele estava vivendo na miséria, enquanto que poderia ter tudo o que precisasse, na casa do seu pai. Distante do pai, sem nenhum recurso, veio um tempo de fome, e a única colocação que conseguiu, foi tomar conta de porcos. Então, veja que luxo – para os porcos, porque os porcos possuíam abrigo, um teto, tinham alguém, contratado para cuidar deles com exclusividade, mantendo ali a água e a refeição. Mas, o rapaz que se distanciou do pai, o que possuía? Nada. Ele ficou foi sem ajuda, sem auto-estima, vivendo uma vida amarga, miserável. E nesse estado, observando aqueles porcos, o moço passou a pensar na falta que sentia e na fartura que desfrutava o seu pai, o seu irmão e todos os que trabalhavam para o pai – todos tinham pão com fartura. Então, Jesus contou, que vendo o moço, o estado em que vivia, ele “caiu em si”. Essa é a melhor queda que existe: o cair em si! Muitas vezes, nós não percebemos o erro que estamos cometendo. Então, Deus permite que cheguemos a um estado de vergonha, a um estado de miséria. Observando a miséria, pensando no que foi perdido, sentindo o gosto amargo da vida, então tomamos consciência de que não vale a pena viver longe de Deus. Terá você, em sua vida, chegado a um estado de vergonha, a um estado de miséria, onde lhe faltado recurso, faltado ajuda, faltado alegria? É assim mesmo que você quer viver? Ou você tem tomado consciência de que não vale mesmo a pena viver longe de Deus? Para a sua vida ser mudada, você precisa voltar para Deus. Mas somente volta para Deus, aquele que toma consciência de que não pode viver longe de Deus! E há muitos que que estão dentro das igrejas, domingo após domingo, dizimistas fiéis, servindo, mas com os corações longe de Deus.

2. TOMAR TAMBÉM A CONSCIÊNCIA DE QUE ESTAR AFASTADO DE DEUS DEVE LEVÁ-LO A UM INCONFORMISMO – No v.17, percebemos como aquele jovem passou por grandes privações na sua vida e por sérios desconfortos longe de seu pai. Lemos: “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!”. Ao cair em si, ele foi levado a ver a sua real situação. O afastamento do pai resultou em miséria, fracasso, solidão, o prazer deu lugar ao sofrimento. Essa é a condição espiritual da pessoa longe de Deus, ela vive miseravelmente, vive sem prazer, vive sem alegria, vive em fracasso. O filho pródigo diante do pai acolhedor, prostra-se ajoelhado, tem o pé esquerdo descalço, revelando a mais miserável condição que um ser humano pode chegar. Tem as roupas sujas, a face escondida, está cheio de humilhação. No entanto, apesar desse seu estado, ele reuniu forças para voltar para o pai, e pedir perdão, reconciliação. Lemos no v.19: “Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados”. O filho voltou para o pai, mesmo que para isto, não fosse mais tratado como filho, mas como empregado da casa, pois mesmo nesta condição, ele já estaria bem melhor do que entre os porcos. Mas, o que gerou nele essa atitude de voltar para o pai? Foi o inconformismo, aquele filho comia o que os porcos comiam, mas ele não se conformou em continuar vivendo daquele jeito. Ele não se conformou em continuar vivendo naquela situação, então, resolveu voltar para a casa do seu pai. Mas tem muita gente vivendo uma vida medíocre e que estão conformadas. A vida é miserável, mas estão conformadas. A vida é de pura humilhação, mas estão conformadas. Será que você tem tido algum desconforto na sua vida. Alguma humilhação. Não se conforme, esse não pode ser o seu fim. Se você está precisando da presença de Deus, não se conforme viver afastado de Deus, antes diga: “Não importa o meu estado, esse não vai ser o meu fim… eu vou me levantar… e vou voltar para meu pai”.

3. ARREPENDIMENTO E UMA FIRME DECISÃO DE MUDANÇA DE VIDA NOS REAPROXIMARÁ DE DEUS – Vamos olhar agora para o v.18:“Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti”. Que decisão firme essa! Ele resolveu voltar, reconhecendo o seu pecado. O filho reconheceu o erro, reconheceu que havia perdido, inclusive, o direito de ser tratado como filho, chegando ao extremo de pedir ao seu pai para que fosse tratado como um dos empregados da casa. Ele estava sinceramente arrependido. Sabe o que acontece quando há em nós, arrependimento e firmeza na decisão de voltar para Deus? Deus não retém o seu perdão. Deus, diante de um coração quebrantado e arrependido, Ele não resiste. Ele abre os braços, acolhe, recebe de volta e restaura! Se você precisa mudar de vida, porque reconhece que errou, reconhece que pecou contra Deus, você tem que voltar para Deus. E o caminho de volta para Deus tem uma curva chamada arrependimento. Arrependimento é mudança de direção. Você estava indo para esse lado, para longe de Deus, mas, porque se arrependeu, você agora diz: Vou mudar de rumo, vou mudar de direção, vou voltar para Deus. Você está disposto a isto?

4. É PRECISO TOMAR A ATITUDE DE IR AO ENCONTRO DE DEUS – É isso que aprendemos no v.20, quando Jesus contou que o filho “A seguir, levantou-se e foi para seu pai. Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou”. E no v.22, lemos: “…Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Levantou-se e foi para seu pai”. Essa foi a atitude decisiva, a atitude que faltava para aquele rapaz ter a sua vida mudada. Cada um de nós, Deus deixou livre para tomar a atitude que quiser tomar, Deus nos dá liberdade de escolha. Mas algo interessante ocorre: Se você sair perguntando a quantas pessoas puder, se elas querem uma vida melhor, todas, invariavelmente dirão: “Sim, queremos uma vida melhor”. Entretanto, a grande maioria não alcança uma vida melhor, porque não tomam a iniciativa, não tomam a atitude de abraçar essa vida. Se você escolhe voltar para Deus, você precisa ter a atitude de ir ao encontro de Deus. O filho pródigo, “levantou-se e foi para seu pai”…ele tomou essa atitude! Enquanto você permanecer no seu lugar, por mais triste e humilhante que esteja sendo o seu estado, Deus respeitará a sua escolha. Mas se você se levantar e voltar para Deus, é compromisso de Deus abençoar você. Se você fica no seu lugar, Deus não tem compromisso em abençoa-lo. Ao filho que volta, Deus abre os braços e dá a ele um banho de amor. No v.20 lemos: “Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou”. Quando tomamos a atitude de voltar para Deus, Deus está sempre pronto e disposto a nos receber com festa, com alegria.

Conclusão – Você quer ir ao encontro de Jesus? Se você tomar essa atitude, de voltar para Deus hoje, eu lhe digo, vai ter festa! Vai ter festa no seu coração, vai ter festa no coração de Deus, vai ter festa no céu e vai ter festa na igreja! Aleluia! Deus sempre espera pelo momento em que nós voltemos para Ele.

Deus abençoe, Pr. Pinho.