“Pois o Reino de Deus não diz respeito ao que comemos ou bebemos, mas a uma vida de justiça, paz e alegria no Espírito. Se servirem a Cristo com essa atitude, agradarão a Deus e receberão a aprovação das pessoas.” Romanos 14:17-18

No capítulo 14 de Romanos, Paulo estava tentando resolver um conflito que existia na igreja de Roma. Havia um desentendimento entre os cristãos daquela cidade porque discordavam a respeito da comida que deveriam (poderiam) comer.

Com a preocupação com a aparência externa da religião estavam deixando de amar os irmãos. Para eles os cristãos eram definidos pelo que comiam, não importava se a pessoa parecia ou não com Jesus, importava o que ela comia ou deixava de comer.

Paulo adverte a igreja sobre não discutir com os novos na fé acerca do que eles julgam ser certo ou errado (v.1), o que deve ou não comer (v.3 e 14b) ou considerar um dia mais sagrado que outro (v.5). Paulo inicia o versículo 17 dizendo que o Reino de Deus não é comida, nem bebida. Ou seja, ele não é medido por coisas terrenas.

Quantas vezes nós somos como a igreja de Roma, medimos os outros pelas coisas externas, pelo que come, pela roupa que veste, pela forma que adora a Deus, por uma tatuagem, por um jeito de falar. Porque foge do padrão religioso que criamos.

No versículo 15a Paulo diz: “Não deixe que sua comida seja a causa da perdição de alguém por quem Cristo morreu.” E no versículo 19 diz: “Portanto, tenham como alvo a harmonia e procuremos edificar uns aos outros.”

Quantas vezes nossa religiosidade e lista de “pode e não pode” foi motivo para que muitos novos na fé tenham se perdido e abandonado a igreja? Quantas vezes deixamos de edificar uns aos outros e tiramos a harmonia da igreja?

O Reino de Deus não é comida, nem bebida, nem vestimenta, nem acessório, nem estilo musical, nem corte de cabelo, nem forma de falar. Mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. É uma sequencia, a justiça produz paz, e a paz produz alegria.

Mas entenda, eu não estou dizendo que o Reino de Deus é bagunça, você faz o que quer, do jeito que quer, mas que existe algo mais profundo no Reino de Deus, que quando revelado e praticado trará as transformações externas necessárias.

JUSTIÇA

Justiça é a particularidade daquilo que é justo, daquilo se entende ou julga correto.

No mundo natural a justiça vem pelo mérito, por quem somos, pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Mas a justiça de Deus não, ela é baseada na justificação.

Justificação é o ato ou efeito de tornar alguém justo. Por nós mesmos não podemos nos tornar justos, uma vez que nascemos com a natureza pecadora, mas Cristo nos justificou, Ele nos tornou justo diante de Deus, mediante sua morte na cruz.

Romanos 3:21-26 e Romanos 5:18-21 traz uma clareza maior acerca da justificação.

“Pois Cristo é o propósito para o qual a lei foi dada. Como resultado, todo o que nele crê é declarado justo.” Romanos 10:4

“Foi por iniciativa de Deus que vocês estão em Cristo Jesus, que se tornou a sabedoria de Deus em nosso favor, nos declarou justos diante de Deus, nos santificou e nos libertou do pecado.” I Coríntios 1:30

“Pois Deus fez de Cristo, aquele que nunca pecou, a oferta por nosso pecado, para que por meio dele fôssemos declarados justos diante de Deus.” II Coríntios 5:21

O Reino de Deus começa com a revelação e compreensão de que a justiça não está em nós, mas Nele, nossos pecados não definem quem nós somos, mas a obra de Cristo na cruz é que nos faz justos, santos e participantes do Reino de Deus.

Quando entendemos essa verdade, Jesus passa a ser o nosso padrão, entendemos que as condições para ser usado por Deus não estão mais baseadas na minha pessoa, mas na pessoa de Cristo. Porque Ele cumpriu toda lei, ele é único perfeito.

Eu passo a confiar Nele e não mais em mim, na minha capacidade, na minha força, no meu conhecimento ou na minha santidade, mas na obra da cruz. Eu passo a entender que posso ser útil na obra de Deus, que Ele pode me usar, independente de quem eu sou, porque não depende mais de mim, mas de Cristo.

Quanto eu tenho revelação da justificação na minha vida, passo a entender que Ele me usa “apesar de mim”, e não “por minha causa”. Em II Coríntios 12:9 Paulo diz: “…minha graça é tudo de que você precisa. Meu poder opera melhor na fraqueza.”

A última coisa qeu podemos usar como desculpa para não fazer a obra de Deus são as nossas fraquezas. Paulo foi usado por Deus grandemente, e o mesmo dizia que tinha um espinho na carne, se intitulava o pior dos pecadores.

PAZ E ALEGRIA

Uma vez que eu entendo que as coisas não dependem mais de mim, do meu desempenho, do que eu faço ou de quem eu sou, eu tenho paz. Porque eu sei que está tudo pago, que meus pecados foram perdoados e apagados na cruz. Então eu tenho paz comigo mesmo, com Deus e com os homens.

E por consequência vou ter alegria em servir a Deus e viver a vida cristã, pois tudo está baseado Nele, não mais em mim. A alegria é uma das marcas do cristão, as pessoas querem estar ao lado daqueles que servem ao Senhor com alegria.

“Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós. Foi por meio da fé que Cristo nos concedeu esta graça que agora desfrutamos com segurança e alegria, pois temos a esperança de participar da glória de Deus.” Romanos 5:1-2

Enquanto Cristo trabalha no caminho da justiça, paz e alegria, o diabo trabalha na contramão disso. No lugar da justiça ele traz condenação e culpa, ele nos faz pensar que as coisas dependem de nós, que somos justos perante Deus mediante aos nossos acertos. E essa condenação, culpa e acusação ao invés de trazer paz nos traz angústia e no lugar da alegria, traz tristeza.

“Agora, portanto, já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.” Romanos 8:1

Conclusão: Muitos estão servindo a Deus de forma pesada, não tem paz, não tem alegria, porque está dependendo da sua perfeição, ainda não compreendeu a justificação. Faça de Cristo sua justiça e por consequência viva em paz e com alegria!

Deus abençoe, Pra Nívia Augusto.