Texto: João 13:1-20

Jesus sabia que a sua hora tinha chegado. Jesus andou rigorosamente debaixo da agenda do céu. Ele cumpriu agenda traçada pelo Pai.

1) João 2:4 – Jesus disse para a sua mãe em Caná: “Ainda não é chegada a minha hora”.

2) João 7:30 – Os guardar não puderam prendê-lo “porque ainda não era chegada a sua hora”.

3) João 8:20 – E ninguém o prendeu no templo “porque não era ainda chegada a sua hora”.

4) João 12:23 – Quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém disse: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem”.

5) João 13:1 – Na festa da Páscoa Jesus disse: “Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai”.

6) João 17:1 – Tendo terminado seus ensinos no cenáculo, antes de ir para o Getsêmani Jesus disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a Ti”.

Jesus já estava à sombra da cruz. Cada família já estava se preparando para imolar o cordeiro e celebrar a Páscoa. Jesus escolheu esta data para morrer, pois a Páscoa (celebravam a saída do povo do Egito) era a festa onde todo o povo se juntava em Jerusalém. Sua morte seria pública. Os sacerdotes já se preparavam para a grande festa que marcava a saída do povo do cativeiro do Egito, quando Deus libertou o seu povo pelo sangue do Cordeiro.

E Jesus ministra aos seus discípulos suas últimas lições. Essas lições são exemplos vivos que precisam ser imitados.

I. A PRIMEIRA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O SEU AMOR PELO SEU POVO – João 13:1-3

A cruz não foi um acidente na vida de Cristo. Ele não foi para a cruz pela trama dos judeus, pela traição de Judas, pela maldade de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos, pela gritaria insana dos judeus, pelo crueldade dos soldados. Ele foi à cruz por um plano eterno do Pai. Ele sabia que estava indo para a cruz. Ele sabia que sua hora tinha chegado. Mesmo com o sofrimento de sua morte horrenda, ele continua amando os seus discípulos até o fim.

Mesmo sabendo que os seus discípulos o abandonaria em poucas horas, deixando-o nas mãos dos pecadores. Mesmo sabendo que Judas o trairia, que Pedro o negaria e que os outros se dispersariam, Jesus continua amando os seus discípulos até o fim. Jesus amou-nos ao ponto de deixar a glória, entrar no mundo, se fazer carne, tornar-se pobre, ser perseguido, odiado, zombado, cuspido, pregado numa cruz, carregando sobre o seu corpo no madeiro os nossos pecados e morrer por nós em uma rude cruz. Esse é um amor imenso, eterno, infinito. Nenhum pregador jamais pode pregar completamente esse amor. Nenhum escritor jamais pode descrever completamente esse amor. Nenhum poeta jamais conseguiu descrever esse amor. Seu amor excede todo o entendimento. O principal dos pecadores pode vir a ele com ousadia e confiar no seu perdão. Jesus jamais nos rejeita por causa da nossa fraqueza. Aqueles que vêm a ele jamais ele lança fora.

 II. A SEGUNDA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O PERIGO DE SE VIVER COMO UM HIPÓCRITA NO MEIO DO POVO DE DEUS – João 13: 2-3,18-19

1.Judas tinha sido escolhido pelo próprio Cristo no mesmo nível e ao mesmo tempo que Jesus tinha escolhido Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos. Judas foi escolhido depois de uma noite de oração. Judas foi escolhido de acordo com a vontade de Deus. Judas foi escolhido para estar com Jesus, para pregar o evangelho, para orar pelos enfermos e expulsar demônios.

2.  Por três anos Judas andou com Cristo. Judas viu os milagres de Cristo. Ouviu os tremendos ensinamentos de Cristo. Viu Cristo curando os aleijados, dando vista aos cegos, purificando os leprosos e ressuscitando os mortos. Durante três anos Judas viu Jesus andando por toda a parte libertando os oprimidos do diabo.

3. Durante três anos Judas realizou a obra de Deus. Quando Jesus enviou os discípulos de dois a dois Judas estava no meio deles. Judas orou pelos enfermos. Judas expulsou demônios no nome de Jesus. Mas agora estamos vendo este homem possuído pelo diabo e caminhando para a destruição. Judas tapa os ouvidos à voz de Cristo e abre o seu coração aos diabo.

4. Judas nos mostra o quão longe um homem pode ir na sua religiosa sem ser convertido. O quão profundamente uma pessoa pode se envolver com as coisas de Deus e ser apenas um hipócrita. Ninguém é salvo por ser um líder religioso, por ocupar um lugar de destaque na igreja o ou por exercer um ministério espetacular. Judas nos alerta sobre o perigo de se ter apenas um conhecimento intelectual do evangelho, mas um coração ainda não convertido. Judas nos mostra que ser batizado ou ser membro de igreja não é uma garantia de que estamos certos diante de Deus.

5. Judas nos adverte sobre a necessidade de sondarmos o nosso coração. Judas amou mais o dinheiro do que a sua alma. Ele amou mais o dinheiro do que a Jesus. Aquele não foi um deslize momentâneo na vida de Judas. Jesus já conhecia o seu coração. Jesus sabia que ele era ladrão. Aqui Judas simplesmente evidencia de quem ele era servo. Quem mandava em sua vida, o diabo. A quem ele de fato obedecia. Ah! Devemos orar continuamente para que o nosso Cristianismo seja genuíno.

6. Judas é um alerta para nós sobre o perfeito conhecimento que Cristo tem de todo o seu povo. A igreja pode ser enganada, mas Jesus não. Homens maus como Judas podem ocupar os postos mais altos na liderança das igrejas, mas jamais enganarão a Jesus. Jesus conhece aqueles a quem ele escolheu. Esse conhecimento de Jesus alerta os hipócritas ao arrependimento. Jesus deu todas as oportunidades para Judas se arrepender. Ele o chamou. Ele o ensinou. Ele o comissionou. Ele lavou os seus pés. Ele o tratou como amigo. Ele lhe deu todos os privilégios que deu aos outros discípulos. Mas o mesmo sol que amolece a cera endurece o barro. Os discípulos foram salvos, Judas pereceu. 

III. A TERCEIRA LIÇÃO DE JESUS É QUE PRIVILÉGIOS NÃO IMPLICAM EM ORGULHO, MAS EM HUMILDADE – João 13: 3-5

1. Jesus sabia quem era. Sabia de onde tinha vindo e para onde estava indo. Sabia sua origem e seu destino. Sabia que era o Rei dos reis. Sabia que era o Filho do Deus Altíssimo. Sabia que o Pai tudo confiara em suas mãos. Mas sua majestade não o levou à auto exaltação, mas à uma humilhação profunda. Sendo rico se fez pobre. Sendo Rei se fez servo. Sendo Deus se fez homem.

2.  Sendo soberano do universo se cingiu com uma toaha e lavou os pés dos seus discípulos.

Era costume que as pessoas antes de se assentar à mesa lavasse os pés. Eles tinham vindo de Betânia. Seus pés estavam cobertos de poeira. Eles não podiam assentar-se à mesa antes de lavar os pés. Esse era o serviço dos escravos. Jesus estava no cenáculo com eles. Ali não havia serventes. Jesus esperou que eles tomassem a iniciativa de lavar os pés uns dos outros. Mas eles tinham muito orgulho para fazer um serviço de escravo. Ninguém tomou a iniciativa. Eles abrigavam no coração quem era o mais importante entre eles (Lucas 22:24-30). Judas nesse momento já havia decidido trair a Jesus por trinta moedas de prata.

3. Foi no meio de tais homens que se sentiam muito importantes, homens em cujo meio estava Judas, o traidor que Jesus se levanta. Mesmo sabendo que era o Filho de Deus e que tinha vindo do céu e voltava para o céu, Jesus cinge-se com uma toalha. Deita água em uma bacia. Começa a lavar os pés dos discípulos e enxugar lhes com a toalha. Jesus repreende o orgulho dos discípulos com a sua humildade. Jesus mostra que no Reino de Deus o maior é o que serve. A grandeza no reino de Deus não é medida por quantas pessoas estão a seu serviço, mas a quantas pessoas você está servindo. Ele se esvaziou. Ele se humilhou. Devemos nos revestir de humildade. Porque aquele que se humilhar será exaltado.

4. Jesus sendo o soberano do universo cingiu-se com uma toalha. Sendo o Rei dos reis inclinou-se para lavar os pés sujos dos seus discípulos. Ah como precisamos dessa lição de Jesus hoje. Temos hoje muitas pessoas grandes na igreja, mas poucos servos. Muita gente no pedestal e poucas inclinadas com a bacia e toalha na mão. Muita gente querendo ser servida e poucas prontas a servir. A humildade de Jesus repreende o nosso orgulho.

5. Humildade e amor são virtudes que os homens do mundo podem entender, se eles não compreendem doutrinas. O cristão mais pobre, o mais fraco e o mais ignorante pode todos os dias encontrar uma ocasião para praticar amor e humildade. Cristo nos ensinou como fazer isso. O que Jesus teve em mente não foi um rito externo, o lava-pés, mas uma atitude interna, da humildade e da vontade de servir.

 IV. A QUARTA LIÇÃO DE JESUS NOS ENSINA SOBRE A EFICÁCIA DA SALVAÇÃO E A NECESSIDADE DE UMA PURIFICAÇÃO DIÁRIA – João 13: 6-11

1.Pedro revela neste texto mais uma vez o seu temperamento contraditório. Num momento ele proíbe Jesus lhe lavar os pés; em outro momento quer ser banhado dos pés à cabeça. Pedro revela neste texto que não entende o que Jesus está fazendo. Pedro tem mais amor do que conhecimento, mais sentimento do que discernimento espiritual. Ao mesmo tempo que chama Jesus de sair, diz-lhe: “De modo nenhum me lavarás os pés”. Ele pensou num ato literal enquanto Jesus estava falando de uma purificação espiritual.

2. Pedro precisava entender o que era ser lavado por Cristo. Jesus não estava falando de uma lavagem física, mas espiritual. Quem não for lavado, purificado, justificado e santificado por Cristo não tem parte com ele (1 Coríntios 6:11). Judas não estava limpo, ou seja, ele não tinha sido transformado, convertido.

3. Pedro precisava entender que os salvos precisam continuar ser purificados. Precisamos ser lavados continuamente pelo sangue de Cristo. Precisamos ser purificados das nossas impurezas. Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados. O mesmo sangue que nos lavou em nossa conversão, agora nos purifica diariamente em nossa santificação.

 V. A ÚLTIMA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE A VERDADEIRA NATUREZA DA FELICIDADE DO CRISTÃO – João 13: 12-20 

Jesus define o que é felicidade (13:17). Bem-aventurado aqui significa muito feliz. Mas quem é feliz? É aquele que serve e serve aos mais fracos, da maneira mais humilde. Feliz é aquele que não apenas chama Jesus de Mestre e Senhor, mas também imita a Jesus, servindo ao próximo. Ser feliz segundo o mundo é estar acima dos outros. Ser feliz no Reino de Deus é rebaixar-se para servir aos mais fracos. A grandeza no Reino de Deus não é medida por quantas pessoas nos servem, mas a quantas nós servimos. O mundo pensa que felicidade é o resultado de outros nos servirem, mas a real felicidade é servirmos aos outros em nome de Jesus. O mundo pergunta: Quantas pessoas servem você. Mas Jesus pergunta: a quantas pessoas você está servindo? No Reino de Deus o maior é o servo de todos.

CONCLUSÃO

O texto que acabamos de considerar nos ensina lições fundamentais:

  • Diante dos privilégios devemos agir com humildade.
  • Diante da contaminação do mundo, necessitamos de purificação constante.
  • Diante da vaidade do mundo, precisamos aprender que a verdadeira felicidade é servir e não ser servido.
  • Diante da eternidade e do destino da nossa alma, precisamos vigiar-nos para não cairmos no abismo da hipocrisia.

 

Deus abençoe, Pr. Pinho.