Quero falar sobre uma experiência vivida por Paulo, mas antes vou contar um pouco do momento que Paulo vivia: Os judeus estavam conspirando contra Paulo para mata-lo. (Atos 23); após uma tentativa mal sucedida para mata-lo, Paulo foi preso. (Atos 25); e diante do tribunal pediu que César o julgasse afinal Paulo tinha dupla cidadania. (Atos 25).
Então, Paulo de fato começa sua jornada para a Itália para ser julgado por César. Porém Paulo já teve experiências bem difíceis dentro de um barco. Nem sempre foram flores para ele, brisas suaves, mar calmo, paisagem agradável. Paulo já havia enfrentado 3 naufrágios e até passado uma noite e um dia em mar aberto. E nestas viagens ele estava em viagem missionária, livre.
Então imagina como estava a cabeça de Paulo ao saber que teria que estar no mar novamente, porém desta vez como prisioneiro, sem liberdade, estando trancado. Sem saber de fato se seria livre quando chegasse diante de César. E é sobre isso minha palavra: Como nos portamos diante das tempestades.
Atos 27: 1-8 – A primeira coisa que podemos identificar no capítulo que lemos é que os ventos eram contrários. Vemos que sua viagem não começou nem de perto fácil ou agradável. Logo no começo da viagem tiveram que trocar de barco para terminar a mesma e foram para um barco que faziam viagens comerciais. Cheio de cargas, objetos para vendas, já vendidos.
Muitas vezes em nossa vida nós não encontramos somente momentos fáceis, nem tudo são flores, são agradáveis, boas. Imagina como a tripulação se sentia com esta dificuldade da viagem. Creio que estavam todos tensos, com medo, temerosos. Você consegue ver situações boas neste começo de viagem? Quero te dizer que existiram. Um deles foi quando o centurião Júlio liberou Paulo em Sidom para ir ver seus irmãos para que os mesmos cuidassem dele. Podemos ver a mão de Deus cuidando de Paulo em todos os momentos.
Nós muitas vezes nos deparamos com algumas situações em nossas vidas que nos fazem não conseguir enxergar as coisas boas que acontecem por estarmos focados nas ruins.
Atos 27: 9 – 17 – Paulo mesmo sendo um prisioneiro perante a tripulação não deixou de lado quem de fato ele era e falava de Deus para a tripulação, dava suas opiniões, direções. Só que o centurião não acreditou muito nele e preferiu acreditar no piloto. Muitas vezes nós não damos ouvidos a voz de Deus quando estamos numa dificuldade, numa tempestade.
Muitas vezes assumimos o controle do navio e vamos para onde achamos que é melhor. E com isso, no começo parece que acertamos e que nossa decisão era a melhor, porém começam a vir as tempestades e tempestades e começamos a entrar em desespero de novo.
Existem 3 tipos de conduções em tempestades:
1º) Quando você não dá controle para ninguém. É o famoso “deixa a vida me levar”. Você não encara os problemas. Simplesmente deixa eles te levarem para algum lugar.
2º) Quando você é o piloto. Sabe quando você não vê nada acontecer e resolve assumir as rédeas e guiar você mesmo, por que até o momento Deus não se manifestou.
3º) Quando Deus assume o controle. Este acontece quando você tem convicção dos planos de Deus para sua vida e você espera em Deus porque sabe que ele tem o melhor. Ou porque você já gastou todas as suas tentativas e não sabe mais o que fazer e isso te faz ter mais tempo numa tempestade.
Atos 27: 18 – 20 – Neste trecho começamos a ver que a tripulação começou a jogar todos seus produtos, tudo que tinham de valor na água para tentarem aliviar o barco e tentar sobreviverem.
Aqui foi onde Deus mais falou comigo, tive de fato uma conversa com Deus, de perguntas e respostas. Ele me disse: “O que você tem jogado fora, nessa sua tempestade?” Então eu comecei a pensar e disse para Deus: “Mas eu não estou passando por tempestade nenhuma.” Muitas vezes nós achamos que tempestade é um problema grave. E quero te mostrar que não é somente isso. Então Deus com toda sua sabedoria me disse: “Do que você mais reclama?” Eu pensei e disse: “do tempo”. Ele me respondeu: “Então, do que você tem aberto mão nessa tempestade? O que de valor você tem jogado fora?” Então comecei a pensar e falar com ele: “Deus eu tenho aberto mão de cuidar da minha saúde (fazer exercícios, me alimentar direito, ser mais regrado).”
Às vezes nos sentimos tão cansados de nossas atividades turbulentas ou que nos sugam tanto que acabamos não tendo disposição, vontade, coragem de fazer aquilo que de fato queríamos para nós. Falei também sobre investir mais tempo em nosso relacionamento (eu e Deus). E eu sei porque viajo bastante hoje (porque foi o tempo que ele me preparou de qualidade para estarmos juntos). Pego 6 horas, 4 horas, 3 horas de estrada, só eu e ele. E 90% das palavras que ele me dá são nestes trajetos. Inclusive essa. Falei sobre outras coisas também. E analisando está conversa com Deus e ainda sendo ministrado por ele eu entendi o que ele queria dizer.
Muitas vezes nós abrimos mão de nossos sonhos, planos, projetos, prazeres. E não percebemos o tempo passando. Quero te dizer algo que vem do coração de Deus. Não jogue seus planos fora, não lance na água seus projetos. Pelo contrário alinhe eles com a vontade de Deus. Creia em Deus, pois na tempestade da vida ele cuida de cada um de nós.
Em Romanos 8:28 diz: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.”
Atos 27:21-44 – Quando estamos firmes nos propósitos de Deus e sabemos de seus planos e promessas para nós. Mesmo na tempestade o buscaremos e acharemos a direção dele, como aconteceu com Paulo. Vemos também que os tripulantes lançaram sondas pois acharam que estavam chegando em terra e era de noite então não enxergavam.
Muitas vezes nós somos assim. Não enxergamos o que Deus está fazendo, porém temos fé que ele está fazendo. Vimos que eles lançaram em seguida a isso 4 âncoras. Eu amo muito âncora. Sabe o que ela representa na bíblia? Hebreus 6:19 diz: “ temos está esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior por trás do véu… ”- A esperança que diz ai são nas promessas de Deus, na eternidade. Mas a característica que temos dela é firme e segura. Tanto é, que vemos que ela segura um barco do tamanho que for. Então os homens jogaram 4 âncoras do navio para que ele parasse. E Deus falou comigo que muitas vezes precisamos lançar uma âncora em nossa vida para que possamos parar e ouvir Ele. Precisamos ouvir Deus, prestar atenção nele, em sua direção, sua opinião. Porém muitas vezes somos como os marinheiros. Lançamos as âncoras, mais já baixamos o barco salva vidas. Confiamos em Deus já desconfiando que ele pode não responder ou fazer. Falamos com Deus já com um plano b pronto. A falta de fé nos impede de alcançar o favor de Deus.
Lemos também neste último trecho que chegou um momento onde eles cortaram as âncoras e o barco salva vidas. Isso quer dizer que nós nos apegamos muito a ficar parados ouvindo Deus e nos acomodamos a rotina de somente escutar. Deus quer dar a direção para aqueles que querem andar. Deus só dá estratégias para aqueles que querem responder. Para aqueles que estão prontos para fazer. Para aqueles que já abriram mão de ter um plano b.
Conclusão: Quando você abre mão de conduzir, mas não de sonhar. Quando você está disposto a lançar a âncora, mas corta-la depois, você tem tudo para sobreviver. Deus te criou e chamou para viver sonhos, conquistar promessas, viver o sobrenatural. O que você vai jogar fora? Os marinheiros aprenderam a descartar somente o que já haviam vivido, comido. Você vai jogar fora seus sonhos, planos e promessas. Ou o que não serve mais para você?
Deus te fala: tende bom ânimo.
Deus abençoe, Pr. Thiago Clemente.