Nesses últimos tempos tenho orado buscando algumas respostas de Deus a respeito da igreja. Será que somos a igreja que deveríamos ser? E o que Deus tem mostrado, em relação às igrejas no geral é que reduzimos a igreja a um culto de uma 1 hora e meia, o qual uma pessoa prega por 45 minutos e outra conduz a música por meia hora. Restam 15 minutos para os avisos e apertos de mãos para as pessoas ao lado, às vezes forçado. A cada semana uma boa Palavra, o mesmo até logo, semana após semana deparando com os mesmos rostos.

Vivemos uma época em que as pessoas frequentam um prédio aos domingos, participam de um culto e se denominam membros da igreja. Trata-se de algo bastante normal. Mas você já leu o Novo Testamento alguma vez algo que se pareça com o padrão que criamos de igreja?

Consegue imaginar Pedro e Paulo travando um diálogo como o que vemos hoje:

– Ei Pedro, que igreja você está frequentando agora?

– Vou ao Rio do Trono. O som lá é ótimo e adoro o ministério infantil de lá.

– Legal! Posso aparecer lá próximo domingo? É que não estou muito satisfeito com a minha igreja.

– Claro que pode! Só que não estarei lá no próximo domingo, o Luizinho tem uma partida de futebol. Que tal na outra semana?

– Tudo bem! Lá também tem grupo de solteiros?

É até engraçado imaginar Paulo e Pedro falando desse jeito, no entanto, é assim que os cristãos de hoje conversam. Há tantas coisas erradas neste diálogo que nem sei como comentar. Nossas igrejas se tornaram profissionais, onde apenas uma minoria consegue servir e produzir, o restante são meros espectadores. E não é isso que Deus espera da igreja. De acordo com a Palavra podemos ter noção do que Jesus queria da igreja.

Efésios 4:1-6

v.1 “…suplico-lhes que vivam de modo digno do chamado que receberam…

v.3 – “Façam todo o possível para se manterem unidos no Espírito…”

v.16 – “Ele faz que todo o corpo se encaixe perfeitamente. E cada parte, ao cumprir sua função específica, ajuda as demais a crescer, para que todo o corpo se desenvolva e seja saudável em amor.”

Filipenses 2:1-2 – “Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.”

Aqui está o segredo da unidade para crescer, é ter o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. E em relação à nossa igreja? Somos uma igreja amorosa, mas comparada ao exemplo da igreja primitiva descrita no Novo Testamento, certamente somos insuficientes.

 Atos 2:42-47 –Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.”

Nesta passagem há uma palavra-chave: “se dedicavam”. Os primeiros cristãos se dedicavam ao ensino dos apóstolos – O que deveria fazer as pessoas frequentarem aos cultos deveria ser estarem interessadas em Cristo. Conhecer os ensinamentos e mandamentos contidos na Palavra e se esforçarem para colocá-los em prática.

Durante toda a vida, a maioria dos cristãos ouve que “a Palavra de Deus, é viva e poderosa…” (Hebreus 4:12). Sim é o que ouvimos,  mas será que acreditamos nisso? Se de fato acreditássemos, o que faríamos? Nós a leríamos, certos de que ela tem essa vida e poder em si mesma.

Paulo orientou a Timóteo que dedicasse a leitura pública das Escrituras

I Timóteo 4:13 – “Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino.”

Li em um livro sobre um pastor que reuniu um grupo de pessoas para leitura pública da Bíblia. Eles leram em turnos começando com Gênesis e terminando 3 dias depois em Apocalipse 22. Eles leram toda a Bíblia em voz alta em intervalo de 72 horas. A Palavra teve um efeito que excedeu em muito as expectativas do grupo. Em três dias eles alcançaram o que a maioria dos que se diziam cristãos conseguiriam em toda a vida naquele país. O que aconteceria se eliminássemos todas as distrações e nos tornássemos, como igreja, pessoas dedicadas à leitura e estudo da palavra?

Os primeiros cristãos se dedicavam à comunhão – conforme o Espírito de Deus conferia cada vez mais poder à igreja, os primeiros cristãos se devotavam à comunhão, mas o que vemos em nossos dias é individualismo.

Os primeiros cristãos se se dedicavam ao partir do pão – significa compartilhar uma refeição na qual se relembra a Ceia do Senhor. Mas a ceia para muitos cristãos virou algo sem importância, algo enfadonho.

Os primeiros cristãos se dedicavam às orações – todos se reuniam em oração com um só propósito. E foi durante uma dessas reuniões que o Espírito Santo desceu sobre eles. Eu pergunto: você se lembra qual foi a última vez que se reuniu com outros irmãos para orar? Sendo por iniciativa própria e não quando os pastores convocam. A igreja onde não se que cumpre sua missão com oração diária e oração junto com a igreja, como irá crescer e frutificar.

Os primeiros cristãos todos os dias continuavam a reunir-se no pátio do templo – hoje muitos veem à igreja como algo facultativo. A mim me parece que as pessoas estão fugindo de assumirem compromisso, ou seja, estão dispostas a fazerem somente as coisas que gostam no momento que lhes for conveniente. Infelizmente, na igreja de hoje vemos isso muito bem explícito.

Os primeiros cristãos partiam o pão em suas casas – diz respeito visitar, servir aos irmãos e ao próximo. Ter sensibilidade de ver as necessidades dos irmãos ao nosso redor e estar perto.

Os primeiros cristãos estavam sempre louvando a Deus – Nem todo cristão está interessado em adorar e louvar a Deus. Eu pergunto quanto tempo você gasta na semana para parar tudo e ter um tempo para a adorar e glorificar a Deus. Não estou falando de ouvir no carro um louvor apenas ou um CD, estou falando de adoração.

E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos – Se não há fruto na igreja, nos PGs. Será que não é hora de mudar?

 Quando alcançarmos a unidade neste nível dos primeiros cristãos, com certeza os frutos virão, pois o propósito da igreja não é somente existir, mas é produzir. A igreja primitiva teve como fundamento as coisas que mais agradavam a Deus, por isso cresceu e produziu frutos. A Igreja primitiva não precisou de um bom som, com boa acústica, uma iluminação especial, um pregador. Enfim eventos, métodos e tentativas para atrair pessoas. Era Evangelho puro, havia unidade, a mesma visão e a mesma missão.

 Conclusão

Se de fato estamos comprometidos em conquistar os perdidos devemos levar a sério a busca por unidade. Não nos basta estarmos juntos no mesmo ambiente, recebendo individualmente a mesma palavra. É necessário, que estejamos realmente envolvidos com Deus, nossos irmãos e a igreja. Todos trabalhando juntos rumo a um mesmo e único objetivo servir ao Senhor e ganhar vidas para Jesus.

Nossa Visão: “Ser uma igreja que gera vidas através do amor, o amor vertical (à Deus) e o amor horizontal (ao próximo). Ganhando vidas , acolhendo e integrando, discipulando e multiplicando”.

Nossa Missão: “Fazer discípulos de Cristãos apaixonados por Deus, que buscando ter um relacionamento íntimo com Ele e Sua Palavra, vivendo a cultura do Reino aqui na Terra”.

Deus abençoe, Pra Ivanilde Ivanilde.