Isaías 53.1-12
A cruz de Cristo é a maior expressão do amor de Deus por você – Deus ama você. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Você é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a si mesmo, deu o seu único Filho.
A cruz de Cristo não foi um acidente – Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador. A cruz sempre esteve encrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a coroação. O amor de Deus por você é eterno, por isso Ele não desiste de você.
A cruz de Cristo foi o seu gesto mais profundo de sacrifício – Ele deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo senhor, se fez servo; sendo santo, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo o autor da vida, deu a sua vida.
I. QUEM LEVOU JESUS À CRUZ?
A morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais – Cristo não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz. Quem levou Jesus à cruz, então?
a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz
V. 5 – “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”.
• V. 8b – “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
• V. 12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz ele foi feito pecado por nós.
b) O Pai o levou à cruz
V. 6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”.
• V. 10 – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
Jesus não foi à cruz porque a multidão gritou: crucifica-o, crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Judas o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.
c) Jesus voluntariamente foi à cruz
V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermiasdes e as nossas dores levou sobre si”.
II. QUE TIPO DE SOFRIMENTO JESUS SUPORTOU
Jesus suportou o sofrimento moral e espiritual – Seu sofrimento foi repulsivo. Ao vê-lo, “os homens escondem o rosto” (v. 3). Seu sofrimento não produziu compaixão nos outros: “e dele não fizemos caso” (v. 3). Ele teve experiência íntima e longa com o sofrimento: “homem de dores e que sabe o que é padecer”.
a) Rejeição – v. 3: “o mais rejeitado entre os homens”
1) Ele foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam”.
2) Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até endemoninhado.
3) Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu = empolgada com seus milagres, agora como uma turba, como uma súcia sanguissedenta, grita diante de Pilatos: crucifica-o, crucifica-o! Caia sobre nós o seu sangue!
4) Ele foi rejeitado pelas autoridades romanas = Herodes, o grande quis matá-lo quando infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes, Antipas o escarneceu.
5) Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas = O sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram no seu rosto.
6) Ele foi rejeitado pelos seus apóstolos = Jesus o traiu, Pedro o negou, os demais o abandonaram e fugiram.
7) Ele foi rejeitado pelo próprio Pai – Quando Deus lançou sobre ele as nossas iniquidades, ele foi feito pecado por nós. Nesse momento, sentiu o desamparo de Deus e gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
8) Ele ainda é rejeitado = quando amamos mais o pecado e ainda ultramos o seu Espírito e calcamos aos pés o sangue da eterna aliança.
b) Humilhação – v. 3 – “e como um de quem os homens escondem o rosto”
1)O Sinédrio o humilhou cuspindo nele. Os soldados o humilharam o açoitando e resgando o seu corpo com fortes açoites, colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça. Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas agitadas de Jerusalém ao lado de dois ladrões. Ele foi humilhado pelo vozerio da multidão ao pé da cruz. Ele foi humilhado até a morte e morte de cruz”. Ele foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para agravar sua tortura.
2)Jesus suportou o sofrimento físico
3) a) Semblante desfigurado – v. 2 “…” – Não havia beleza nele. Ele não aparência nem formosura. A nossa feiúra moral estava sobre ele. Todos os nossos pecados foram lançados sobre Ele. Seu rosto ficou desfigurado. Ele foi feito pecado, maldição. Seu corpo foi ferido. Ele ficou ensanguentado. Seu corpo tornou-se cheio de hematomas e chagas. Toda a nossa tragédia foi lançada sobre ele.
3) b) Torturas cruéis – v. 4b,5,10 Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte. Sendo o libertador, foi preso. Sendo o criador foi cuspido pela criatura. Agora, já arquejado e machucado pelos açoites, com seu rosto ensanguentado, empreende a longa caminhada ao calvário. Sua fronte está ferindo e sangrando. Seu corpo febril lateja debaixo das chicotadas e dos empurrões. Começa a grande marcha para o monte do juízo. Jesus marcha arrastando consigo todos os pecados da humanidade. Seu corpo titubeia, cai, mas é levantado aos empurrões e sob fortes açoites prossegue a marcha. Jesus é erguido no leito vertical da morte. Suas mãos foram rasgadas, seus pés pregados no lenho. Foram seis horas de vergonha e horror. Ali suspenso entre a terra e o céu sofreu sede, dor, vergonha, humilhação, abandono. Ali desceu ao inferno para nos libertar do cativeiro do pecado. O próprio universo entrou em convulsão: houve trevas. O sol cobriu o seu rosto de vergonha. As pedras se arrebaram nos vales, os túmulos foram abertos.
Isaías 53:5 diz que Jesus foi ferido. Ferimentos, de acordo com a definição de um cirurgião podem ser classificados por suas características:
a) Contusão – É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5:1: “Ferirão com vara a face ao juiz de Israel”.
b) Laceração = É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos era o resultado dos açoites. O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma com uma ponteira de metal. “Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo”. Seu corpo foi todo lacerado. Sua carne foi rasgada.
c) Penetração – Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Esse ferimento foi causado pela coroa de espinhos que fez sangrar sua cabeça (João 19:2). “tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça” (Mt 27:30).
d) Perfuração – As mãos e os pés de Jesus foram traspassados. Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos separando-os sem quebrá-los.
III. COMO JESUS REAGIU DIANTE DO SOFRIMENTO DA CRUZ
1) Ele se entregou como sacrifício –A morte de Cristo foi substitutiva. Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que devíamos ter suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz. Mas ele tomou o nosso lugar. Ele não tinha pecado: “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v. 9). Ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. “Ele como cordeiro foi levado para o matadouro” (v. 7). “Ele foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (v. 8).
2)Ele não abriu a boca para pedir vingança aos seus algozes – “e como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (v. 7). Ele se entregou. Ele voluntariamente foi a cruz. Jesus não se rebelou ao ser preso, julgado, espancado, pregado na cruz. Ele não bradou por vingança ou por socorro.
3)Ele intercedeu pelos seus algozes – “levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (V. 12). Em ao invés de vingar-se e de falar impropérios, Jesus intercedeu por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão. Ele intercedeu e atenuou a culpa dos seus exatores.
A GLORIOSA RECOMPENSA DA CRUZ
1)Jesus venceu a morte – Jesus venceu a morte. Ele matou a morte. A morte agora não tem a última palavra. Tragada foi a morte pela vitória. Ele ressurgiu. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele abriu o túmulo de dentro para fora. Ele conquistou para nós imortalidade.
2)Jesus remiu um povo para Deus – v. 11-12 – Ele nos comprou com seu sangue. Ele tirou-nos da maldição, da escravidão, do império das trevas, da potestade de Satanás, do jugo do pecado. Agora somos livres, somos filhos de Deus. Agora temos a justificação. Somos perdoados. Temos toda a justiça de Cristo em nossa conta. Agora somos filhos, herdeiros, adotados na família de Deus!
Conclusão:
A recompensa de Jesus é VOCÊ. É seu arrependimento. É sua volta para Ele. É sua conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir no seu rosto outra vez. Recebê-lo traz-lhe alegria. Cristo suportou tudo para conquistar você. Ele ama você. Você é sua recompensa.
Deus abençoe, Pr. Pinho.